Escola de Cegos do Maranhão promove inclusão através do esporte
- Esporte
- 20 de mai. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 3 de jun. de 2024
Time de futebol tem jornada de vitórias
Por: Arthur Vale, Fabiana Costa, Ian Tadeu, Jéssica Gabrielle, Thais Emanuelle, Yohanna Massett
Criado em 1974 como uma extensão do componente curricular de Educação Física na Escola de Cegos do Maranhão (ESCEMA), o time "Futebol para Cegos" não apenas promove a prática esportiva, mas também a inclusão e o desenvolvimento dos estudantes cegos da instituição. Inicialmente denominado "Tubetriz", o time homenageava as cidades natais dos primeiros jogadores: Joãozinho de Turiaçu, Aquíles de Bequimão e Antônio Rocha de Imperatriz.
“No começo era um time bem amador, que não tinha nada, jogávamos com vidro”, disse Antônio Rocha, um dos primeiros integrantes do time.
Os atletas mantêm uma rotina de treinos constante ao longo do ano, preparando-se para competições e partidas agendadas pela Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV). Uma das principais estratégias utilizadas pelo atual treinador Gustavo Sauaia, para preparar os atletas é a familiarização com os locais de jogo, utilizando recursos como sinalização tátil e sonora, além de maquetes do ambiente, visando garantir a segurança durante as competições.
“Não tem mistério, não tem sexto sentido, não existe mágica, é tudo treino”, explicou o treinador.

Apesar da motivação e do esforço dos jogadores, o time enfrenta desafios financeiros significativos para os deslocamentos aos campeonatos, dependendo fortemente de doações devido à natureza filantrópica da instituição.
"Dependemos de doações para desenvolvermos nossas atividades", ressaltou o gestor presidente da Escola de Cegos, Antônio Ferreira Rocha.

Apesar das dificuldades, o time acumula histórias de sucesso. Paulo Victor, por exemplo, aos 15 anos, conquistou a medalha de ouro com a Seleção Brasileira de Futebol para Cegos, na França, em 2022. Para ele, a ESCEMA foi fundamental para o seu processo de desenvolvimento profissional, tanto nas conquistas internacionais quanto nas regionais.

“Comecei na ESCEMA aos 10 anos, fui chamado para a seleção com 11 anos, para a primeira fase no sub-15. Aos 15 anos, disputei o primeiro campeonato na Regional Nordeste em João Pessoa. Estava bem difícil, jogo contra times fortes, teve grandes jogos. No final, eu fiz um gol. Assim, levamos a medalha de bronze. Fiquei muito feliz, foi um momento que eu nunca vou esquecer”, disse.

A relevância que o time Futebol de Cegos carrega é perceptível na fala dos jogadores, que expressam, com muito orgulho, a gratidão em participar dessa modalidade. Apesar dos muitos desafios, o time segue pelo caminho certo, na inclusão e adaptação das pessoas com deficiência na comunidade, desempenhando um papel que não cabe somente aos órgãos públicos, mas também à sociedade.
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