O fortalecimento do ciclismo no Maranhão
- Esporte
- 21 de mai. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 3 de jun. de 2024
União e organização dos atletas possibilitaram o desenvolvimento do esporte no estado
Por: Arthur Vale, Fabiana Costa, lan Ferreira, Jéssica Gabrielle, Thais Emanuelle, Yohanna Massett
O ciclismo como modalidade se fortaleceu no Maranhão em 1985, com o registro da Federação Maranhense de Ciclismo, porém foi nos anos 2000 que aconteceu um grande “boom” no ciclismo maranhense.
“A criação de grupos e times que filiavam atletas para competir em interestaduais aconteceu nessa época, possibilitando que os ciclistas dessas equipes, participassem das competições federadas”, disse Luís Henrique, atleta.
Não foi apenas o ciclismo que evoluiu com o passar do tempo, o fluxo de carros nas avenidas também aumentou de maneira desenfreada. Por esse motivo, a segurança dos atletas é constantemente ameaçada durante as rotinas de treino nas avenidas da cidade, afirmou Evandro Pinto. Apesar de São Luís ser a capital com menos quilômetros de ciclovias (apenas 40km), ao contrário do que muitos pensam, esses poucos espaços não atendem às necessidades dos atletas da modalidade speed, caracterizada por sua alta velocidade e intensidade.
Mesmo com a popularização do esporte, tal progresso não se reflete na sensibilização dos motoristas da capital maranhense em relação à utilização das avenidas pelos atletas; muitos se sentem incomodados com a presença de bicicletas no trânsito. Evandro Pinto, no esporte há mais de 40 anos, pedalou no Tour de France, a competição de ciclismo mais importante do mundo, afirmou que:
“Na Europa a mentalidade dos europeus em relação às bicicletas e aos ciclistas é de respeito e igualdade”.
A existência de uma “cultura da bike” na sociedade europeia permite a prática segura do esporte, através da conscientização e do respeito às leis de trânsito impostas para a proteção do ciclista.
Apesar da legislação brasileira conter leis que visam garantir a segurança de ciclistas, as mesmas não são respeitadas, o que leva as pessoas que praticam o esporte serem vistas como ‘intrusas’ no trânsito. Luís Henrique, ciclista há mais de 30 anos, afirmou que:
“As limitações no espaço disponível para treinos, como o trecho da Avenida Litorânea, se mostram escassas, isso leva os ciclistas a se adaptarem a horários específicos, como entre 4h e 6h da manhã ou das 5h às 7h da manhã, com treinos de no mínimo 2 horas, conforme a disponibilidade de cada atleta”.
Estas condições ruins para a prática do speed, levou à ascensão de outra modalidade: o mountain bike, ou simplesmente “MTB”. Praticado em terrenos fora da estrada, o ciclismo de montanha, apesar de suas descidas radicais e subidas íngremes com obstáculos, se apresenta como uma alternativa “mais fácil” para os ciclistas. Em São Luís, atualmente, há duas competições de Mountain Bike Cross Country Olímpico (XCO), a Copa Lagoa da Jansen e a Maratona da Serra da Ilha, que são competições em circuito, ambas com percurso de pelo menos 5km. Acesse página oficial da Maratona da Serra da Ilha
Apesar disso, grupos de ciclismo atuais se destacam por seu sistema organizacional, preservando a modalidade speed com mais segurança através da divisão de funções dentro do grupo, visando melhorar a qualidade da prática do esporte, além do uso obrigatório dos equipamentos corretos.
“O ciclista precisa ser visto”
Evandro Pinto, reiterou que, esses equipamentos de proteção e de sinalização são imprescindíveis para a segurança do atleta. Porém, a invisibilização do ciclista se mostra um problema não apenas no trânsito, mas também no imaginário da sociedade brasileira, já que o respeito ao ciclista é um grande exercício de cidadania, e a inclusão dessa cultura da bike no Brasil representa uma grande evolução da sociedade.
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