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Horário de funcionamento é desafio para ampliação do acesso à saúde mental nos CAPS de São Luís

  • Saúde
  • 13 de mai. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 5 de jun. de 2024

Unidades oferecem atendimento psicológico e psiquiátrico humanizado sem necessidade de encaminhamento médico prévio


Por: Ana Clara D’Eça, Geyce Costa, João Fernando, Juliana Prado, Murilo César e Yuri Almeida


Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), parte do Sistema Único de Saúde (SUS), oferecem serviços de saúde mental gratuitos, destacando-se por sua abordagem humanizada e acolhedora. Em São Luís, há três unidades distribuídas pela cidade, proporcionando atendimento para adultos (CAPS III), infantojuvenis (CAPS I) e casos relacionados a álcool e drogas (AD). Com um sistema de porta aberta, não é necessário encaminhamento médico prévio para receber assistência.


Apesar de contarem com equipes multiprofissionais compostas por médicos psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais, educador físico, enfermeiro, nutricionista, técnicos em enfermagem e terapeutas ocupacionais, nenhuma das unidades da capital maranhense oferece acolhimento integral 24 horas. O serviço é disponibilizado apenas até o início da noite, o que cria uma barreira significativa para aqueles que necessitam de apoio durante os períodos em que os CAPS estão fechados. Esse cenário afeta particularmente os dependentes químicos, cujas necessidades muitas vezes se intensificam com o anoitecer.


A preocupação com essa lacuna é compartilhada por Luciana Regina da Costa Barata, diretora-geral do CAPS AD, localizado no bairro do Monte Castelo e dedicado ao atendimento de maiores de 18 anos. A unidade funciona apenas de segunda a sexta-feira, das 8h às 14h, e recebe pacientes de todas as regiões da cidade, o que pode sobrecarregar o sistema durante o horário de funcionamento regular.


“Até o momento, conseguimos atender a demanda de pacientes que nos procuram, em parte devido ao tamanho de nossa equipe. Entretanto, sabemos que a vulnerabilidade à dependência química está aumentando e, no futuro, isso dependerá de nossa capacidade e da direção do CAPS. Podem surgir outros CAPS em localidades que necessitem, como Paço do Lumiar, Cidade Operária, Cidade Olímpica e a área da Janaína. Isso poderia descentralizar a demanda atualmente concentrada aqui”, explicou Luciana Barata.
Fachada do CAPS AD, localizado no bairro do Monte Castelo. A construção possui um muro de pedras; dois portões de ferro, sendo um para pedestres e o outro para veículos; e algumas plantas visíveis dentro da propriedade. Há ainda uma espaço para placa de identificação do local, porém quase completamente desgastada.
Unidade do CAPS AD, no bairro do Monte Castelo, atende casos relacionados a álcool e drogas. Foto: Murilo César

Para superar esse desafio, pelo menos em relação a quem já é atendido na unidade, foi elaborada uma estratégia: fornecer medicamentos aos pacientes para uso em horário controlado ou eventual período de crise.


“Aqui [no CAPS AD] a gente encontra esse apoio, tanto nessa questão do remédio quanto no meio psicológico. Para mim, aqui é a minha segunda casa, é assim que eu considero”, relatou Adenilson Farias Cavalcante, 44, que trabalha com serviços gerais e recebe tratamento na unidade.


Ciente da problemática, a gestão municipal tem trabalhado para reverter essa realidade. Em outubro do ano passado, sob a promessa de ampliação dos serviços de cuidado com a saúde mental para a população de São Luís, o prefeito Eduardo Braide (PSD) entregou o novo CAPS III, localizado no bairro do Calhau. A unidade tem capacidade para atender 55 pessoas por dia, e funciona de 7h às 19h, inclusive aos fins de semana e feriados.


“Anteriormente, o atendimento era limitado das 7h às 17h, apenas de segunda a sexta-feira. Essa extensão do horário de funcionamento visa acomodar um maior número de pacientes e oferecer suporte quando mais necessário”, explicou a coordenadora de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde (SEMUS), Larissa Mesquita.

Entrada da unidade do CAPS III, no bairro do Calhau. A fachada tem um portão automático de metal e placas informativas da Prefeitura de São Luís, indicando que a unidade é uma obra entregue recentemente pela gestão municipal. Dois carros estão estacionados na frente do local.
Unidade do CAPS III, localizada no bairro do Calhau, oferta atendimento para pacientes adultos. Foto: Yuri Almeida

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